quarta-feira, 1 de maio de 2013

Projeto "Jardim Lapenna em Foco"

Apresentação:

Com o intuito de propor diferentes formas de olhar, perceber, absorver e assimilar o mundo ao redor, o Coletivo Caixa Preta desenvolveu um projeto que visa realizar uma ação cultural em parceria com o “Galpão das Artes” da Fundação Tide Setúbal, propondo uma participação ativa dos moradores do bairro do Jardim Lapenna (São Miguel Paulista) com o objetivo de promover diferentes olhares para o bairro e seus personagens.
Serão nove oficinas, com a duração de 3 horas, que partirão de dinâmicas corporais voltadas a desenvolver as relações entre os participantes, unidas a atividades que ampliem seus conceitos básicos de fotografia e saídas para experimentações externas com a utilização de equipamentos diversos como, celulares dos participantes, câmeras fotográficas digitais e descartáveis, disponibilizadas pelo coletivo. Os participantes poderão experimentar olhares, debater visões e produzir imagens que serão selecionadas para compor uma Exposição no próprio “Galpão das Artes”, e uma Intervenção fotográfica em construções do bairro, ambas, realizadas ao final do processo.

O local:

Embora pertença ao distrito de São Miguel Paulista, fisicamente o Jd. Lapenna está separado do distrito. O bairro encontra-se cercado por limites como os muros da CPTM, as dependências da Indústria Nitroquímica e as estradas de Jacú-Pessego e Ayrton Senna. Essa geografia, que dificulta o acesso a atendimento público, causou um efeito comunitário que mobilizou a união dos moradores em busca da melhoria do bairro. Ainda hoje é possível identificar limitações causadas pelo distanciamento  o que nos motivou o interesse nesta participação comunitária por meio daquilo que podemos ajudar.


Jardim Lapenna


Discussões:


Entendemos que no decorrer da história é possível perceber o crescente número de informações geradas. E nunca foi tão forte o uso de imagens para transmitir ideias como nos tempos atuais. Cada vez que um novo significado é atribuído a uma destas informações que nos atingem, existe a possibilidade de fazer uma leitura diferente daquilo que nos cerca. Em meio a esse bombardeio, muitas vezes não ocorre uma leitura adequada de significados e intenções das imagens que produzimos e das que somos diariamente expostos, interferindo na forma como sujeito desenvolve sua identidade participativa na sociedade.


Dentro disso o projeto busca abrir discussões acerca das relações que envolvem os indivíduos e a realidade que os cerca. As atividades de dinâmicas corporais que permitem a abertura do ser para o exterior, visa reconstruir corpo e mente como uma unidade, já que em muitas situações são trabalhados separadamente. Enquanto a fotografia apresenta-se como instrumento capaz de registrar impressões sobre o mundo ao nosso redor. A união dessas duas ferramentas poderá criar a possibilidade de conduzir o indivíduo a sair de si mesmo e a observar o mundo que o rodeia de maneira diferenciada, gerando um repertório que possibilite o desenvolvimento do pensamento, abrindo espaço para reflexões sobre como nos relacionamos e atuamos nos espaços urbanos coletivos.

Ferramentas:

Os equipamentos utilizados serão câmeras digitais e celulares, que por sua utilidade prática e popularidade, são os maiores responsáveis pela produção indiscriminada de imagens atualmente. Com a utilização de câmeras descartáveis analógicas serão estimulados o cuidado e a observação no momento da captura das imagens, propondo dessa maneira uma atitude mais reflexiva, em um movimento de desprendimento na automação do ato.

O resultado destas oficinas será exposto no Galpão das Artes e por meio de uma intervenção nas construções do bairro com o uso de lambe-lambe, com o interesse de expandir a discussão criada pelos participantes das oficinas por todo território do bairro.


Câmeras Descartáveis