Apresentação:
Com o intuito de propor diferentes formas de olhar,
perceber, absorver e assimilar o mundo ao redor, o Coletivo Caixa Preta
desenvolveu um projeto que visa realizar uma ação cultural em parceria com o
“Galpão das Artes” da Fundação Tide Setúbal, propondo uma participação ativa
dos moradores do bairro do Jardim Lapenna (São Miguel Paulista) com o objetivo
de promover diferentes olhares para o bairro e seus personagens.
Serão nove oficinas, com a duração de 3 horas, que
partirão de dinâmicas corporais voltadas a desenvolver as relações entre os
participantes, unidas a atividades que ampliem seus conceitos básicos de
fotografia e saídas para experimentações externas com a utilização de
equipamentos diversos como, celulares dos participantes, câmeras fotográficas
digitais e descartáveis, disponibilizadas pelo coletivo. Os participantes
poderão experimentar olhares, debater visões e produzir imagens que serão
selecionadas para compor uma Exposição no próprio “Galpão das Artes”, e uma
Intervenção fotográfica em construções do bairro, ambas, realizadas ao final do
processo.
O
local:
Embora pertença ao distrito de São Miguel Paulista,
fisicamente o Jd. Lapenna está separado do distrito. O bairro encontra-se cercado por limites como os muros da CPTM, as dependências da Indústria
Nitroquímica e as estradas de Jacú-Pessego e Ayrton Senna. Essa geografia, que
dificulta o acesso a atendimento público, causou um efeito comunitário que
mobilizou a união dos moradores em busca da melhoria do bairro. Ainda hoje é
possível identificar limitações causadas pelo distanciamento o que nos motivou
o interesse nesta participação comunitária por meio daquilo que podemos ajudar.
Jardim Lapenna |
Discussões:
Entendemos que no decorrer da história é possível perceber o crescente número de informações geradas. E nunca foi tão forte o uso de imagens para transmitir ideias como nos tempos atuais. Cada vez que um novo significado é atribuído a uma destas informações que nos atingem, existe a possibilidade de fazer uma leitura diferente daquilo que nos cerca. Em meio a esse bombardeio, muitas vezes não ocorre uma leitura adequada de significados e intenções das imagens que produzimos e das que somos diariamente expostos, interferindo na forma como sujeito desenvolve sua identidade participativa na sociedade.
Dentro disso o projeto busca abrir discussões acerca das relações que envolvem os indivíduos e a realidade que os cerca. As atividades de dinâmicas corporais que permitem a abertura do ser para o exterior, visa reconstruir corpo e mente como uma unidade, já que em muitas situações são trabalhados separadamente. Enquanto a fotografia apresenta-se como instrumento capaz de registrar impressões sobre o mundo ao nosso redor. A união dessas duas ferramentas poderá criar a possibilidade de conduzir o indivíduo a sair de si mesmo e a observar o mundo que o rodeia de maneira diferenciada, gerando um repertório que possibilite o desenvolvimento do pensamento, abrindo espaço para reflexões sobre como nos relacionamos e atuamos nos espaços urbanos coletivos.
Ferramentas:
Os equipamentos utilizados
serão câmeras digitais e celulares, que por sua utilidade prática e
popularidade, são os maiores responsáveis pela produção indiscriminada de
imagens atualmente. Com a utilização de câmeras descartáveis analógicas serão estimulados o cuidado e a observação no momento da captura das imagens, propondo
dessa maneira uma atitude mais reflexiva, em um movimento de desprendimento na
automação do ato.
O resultado destas
oficinas será exposto no Galpão das Artes e por meio de uma intervenção nas
construções do bairro com o uso de lambe-lambe, com o interesse de expandir a
discussão criada pelos participantes das oficinas por todo território do
bairro.
Câmeras Descartáveis
Câmeras Descartáveis |
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